O fim do auxílio emergencial a partir de janeiro ainda não teve impacto nos níveis de inadimplência medidos pela Boa Vista SCPC. De acordo com dados nacionais do birô de crédito, os registros de inadimplentes caíram 3,6% do primeiro para o segundo mês de 2021, feito o ajuste sazonal.
O indicador é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas informados à Boa Vista pelas empresas credoras. Na comparação com o mesmo período de 2020, houve queda de 37%.
Dados do Banco Central (BC) sobre crédito bancário apontam que a inadimplência da pessoa física caiu ao longo do 2020 e também em janeiro, quando, no crédito livre, chegou a 4,1%, queda de 0,8 ponto percentual em 12 meses.
Em nota, a Boa Vista avalia que, a despeito do resultado observado em fevereiro, a expectativa de reversão da queda da inadimplência em 2021 se mantém.
“As postergações realizadas no ano passado e o programa de auxílio emergencial foram essenciais para impedir o aumento da inadimplência e mantê-la em patamares historicamente mais baixos no ano de 2020. Para 2021, no entanto, o novo programa de auxílio não deve contribuir tanto quanto o anterior no sentido de ancorar a inadimplência”.
O novo programa, já aprovado no Senado, deverá ter um valor menor e abranger um número menor de pessoas. E o mercado de trabalho ainda está longe de demonstrar alguma melhora, o que também deve contribuir para elevar a inadimplência.
Outro indicador da Boa Vista, o de recuperação de crédito, registrou alta de 4,8% em fevereiro, perante o mês anterior, e subiu 4% no comparativo com um ano antes. Em 12 meses, contudo, ainda aponta para retração de 1,6%.
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